terça-feira, 7 de agosto de 2012

AODE (EP 2012) - Quando Genésio encontra o metal.

Será isso o que querem dizer com "disco reflexivo"?

Aode é uma banda de metal progressivo do Rio de Janeiro. Sim. Metal Progressivo mesmo. Não farei distinção do som dos caras por conta das letras e ideologias pregadas pois quem me conhece sabe bem que acredito qual a arte transcende paradigmas culturais como religiões (que pra mim são os verdadeiros algozes da humanidade, mas isso é assunto pra outro post).

Conheci a banda a cerca de dois anos em um pequeno evento de rock em Duque de Caxias e me vi surpreso com a qualidade técnica, bem como a musicalidade dos caras. Agora chega de papo furado e vamos ao que interessa.

Toda a produção do compacto ficou a cargo da banda, sendo um trabalho home-made. E devo dizer que é o melhor do tipo que eu já tive acesso. Rasgo elogios a esse ponto sem nem se quer pensar duas vezes.


O EP, que é o primeiro registro oficial da banda, segue a estrutura musical de um disco conceitual, com musicas que se interligam harmonicamente, criando uma unidade ao disco, dando sensação de continuidade e não de que são diversas musicas amontoadas. Infelizmente, tive a impressão de que o mesmo se perdeu em relação as letras que embora tratem do mesmo assunto sempre, não seguem uma linha de evolução, o que me broxou um pouco ao escutar.

 

Diferente das bandas de metal progressivo mais tradicionais, as musicas da Aode tem uma duração, digamos, usual. Diria até que as musicas do compacto tem em sua maioria uma média de 3, 4 minutos com exceção da ultima faixa, com 9 minutos.

Após a faixa introdutória, temos a musica Encontro, que conta com um refrão extremamente fácil de se lembrar, além de pegajoso. Essa faixa é seguida por Longe da Ilusão, que traz na passagem de voz após o primeiro refrão um dos riffs mais irados da compilação, além de um refrão forte no vocal.
Em seguida, vem a primeira balada, Minhas Lágrimas, aonde a voz realmente se destaca e marca presença por uma boa interpretação. Atenção também para o solo de contrabaixo, bem melódico e coeso, sem exageros.
História no Calvário, trilha subsequente, já chega com um riff matador e agressivo na intro, contando com uma das bases mais bacanas do disco no segundo verso, e entrando fácil pro hall das que mais curti com a "tortidão" que ela ganha a partir da passagem instrumental pós refrão até o fim.
Após descarregarem o dedo, vem um momento mais calmo na segunda balada do disco, Palavras de um Coração Perdido, aonde os teclados fazem todo o trabalho, tornando-a digna das lagrimas dos mais sensíveis.
Uma Chance, ultima faixa do disco, retorna com o peso e riffs complexos que tanto marcaram a quinta faixa pra mim, com uma introdução bem técnica e base forte. Fico em dúvida entre essa e História no Calvário como minha favorita pois as duas tem os elementos que realmente gosto no metal progressivo, tendo a faixa 7 um destaque muito bom da voz e sintetizadores e as passagens instrumentais.

Um disco de progressivo simples e conciso. Sem exageros e, eu poderia dizer também sem muita ousadia, com a técnica e musicalidade dosadas em cada música. É um ótimo material. Muito bom mesmo. Não é épico, mas um ótimo começo pois esse é o tipo de material que quebra barreiras de preconceitos musicais, que ainda existem aos montes. Espero por mais material dos caras e por shows pois já estou pra vê-los tocar de novo a dois anos. Abaixo vão os links do site deles, aonde vocês podem encontrar informações da banda e ouvir o compacto via streaming ou baixá-lo.
Fazendo isso, venham aqui e comentem. Quero também a opinião de vocês. Musica é um assunto que sempre rende.


http://www.facebook.com/aodeofficial

Banda: Aode
Album: Aode (EP)
Line up: Felipe Borges (voz), Milton Jr. (guitarra), PC (guitarra), Japa (bateria), Elias Moreira (contrabaixo), Leandro Bernardes (teclados).
Track list:
1 - Aode Overture
2 - Encontro
3 - Longe da Ilusão
4 - Minhas Lágrimas
5 - História no Calvário
6 - Palavras de um Coração Perdido
7 - Uma Chance

Nota Geral: 3,5/5

6 comentários:

  1. Ep muito bom mesmo, demorou mto pra sair mas valeu a pena a espera

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  2. Gostei de sua resenha, Parabéns. Deu até vontade de ouvir. Fui no site dos caras e vou conferir o som e ter certeza se é "divino", mesmo. Ha-Ha.

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  3. Ouvindo a banda: O som é muito bom e trabalhado! Recomendado a quem tem um lado prog, contudo achei muito semelhante a Oficina G3 atual, qualquer semelhança talvez não seja mera coincidência, principalmente os vocais e guturais do vocalista da banda Aode que lembram/parecem o do Mauro Henrique do Oficina G3. Achei que a banda precisa talvez encontrar uma identidade, senão ficará sendo comparada a Oficina G3. =/ Mas já que é um EP, então, até o álbum de estréia, eles podem fazer muitas coisas, pois potencial eles já tem.O que falta é só criar sua marca. ^^

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    1. Concordo plenamente com você Jef. Temos que lembrar que foi também o Oficina que popularizou essa tendencia mais pesada no meio gospel nos ultimos anos, fazendo bastante sucesso até mesmo no mainstream. Criar uma identidade sonora é uma coisa realmente complicada mas creio que no full lenght eles venham com o próprio carimbo. Obrigado pelo comentario. o/

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    2. Esse trabalho ele demorou pra sair ,essas composições são de 2007 antes do oficina lançar o estilo desse ultimo trabalho deles ,a banda AODE já vinha fazendo esse som bem antes mesmo do oficina ,mas assim como o oficina a AODE estava sem um vocalista ,Os anos se passaram e pra honrar e glória de Deus eu entrei pra somar nesse time na mesma época que o Mauro entrou pro G3 ,foi muita coincidência mesmo rsrs

      abraço a Todos e que Deus vos abençõem Ass:Felipe Borges(Vocal AODE)

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  4. " Será isso o que querem dizer com 'disco reflexivo'?" foi ótimo rs
    Mas então...
    Definitivamente, a minha faixa preferida foi "História no calvário". Achei também "Palavras de um coração perdido" muito bonita (acho até que uma segunda voz cairia bem). Sendo essas duas, as de melhor letra.
    Eu já conhecia a banda e acho que eles mandam muito bem . O material é muito bom pra início. Entretanto, acho que, além de precisar "encontrar a sua marca" vocal/instrumentalmente, precisam investir mais nas letras. O próximo álbum precisa vir com letras mais fortes. Mais "diferentes" do que já se ouve na "música gospel". Mas, afinal, eles estão de parabéns.

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